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oradores convidados

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PAINEL 1 - AVALIAÇÃO, PERCEPÇÃO E COMUNICAÇÃO DO RISCO // 27 Junho | 11:30 - 13:00

Moderador: António Vaz Carneiro (Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa)

Avaliação de risco humano e ambiental

Cristina Carvalho | iMed, Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa

As etapas de um processo de avaliação de riscos incluem a identificação e caracterização dos perigos, a avaliação da exposição e a caracterização do risco. O desenrolar de um processo que leva ao aparecimento do efeito tóxico tem similitudes nos organismos vivos incluindo a espécie humana e daí que atualmente se defenda uma estratégia de integração da avaliação de risco ambiental ou ecológico com a avaliação de risco humana.

Nesta apresentação serão discutidas as bases da avaliação de riscos e dados exemplos onde não se pode dissociar os efeitos no ambiente das consequências para as populações humanas.

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Cristina Carvalho licenciou-se em Ciências Farmacêuticas em 1991 pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Doutorou-se em Biotecnologia pelo Instituto Superior Técnico que em 1999 integrava a Universidade Técnica de Lisboa. Atualmente é Professora Associada no Departamento de Ciências Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de Farmácia e membro do Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.Ulisboa). Os seus interesses de investigação estão centrados avaliação do risco do mercúrio, nomeadamente avaliação da exposição humana de populações em risco e estudo dos mecanismos moleculares de toxicidade.

Perceção de riscos à presença de fármacos no ambiente

Sílvia Luís | ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Centro de Investigação e Intervenção Social

A presença de fármacos no ambiente é um risco emergente, com efeitos no ambiente e na saúde humana, que deverá aumentar no futuro e poderá ser amplificada com as alterações climáticas. Ao longo das últimas décadas, a presença de produtos farmacêuticos no ambiente tornou-se uma questão global cada vez mais preocupante. Contudo, há indícios que o público em geral poderá ter pouco conhecimento acerca da presença de fármacos no ambiente e acerca dos riscos para o ambiente e para a saúde associados. Mais ainda, os indivíduos tendem a implicar-se pouco em comportamentos que contribuem para diminuir a presença de fármacos no ambiente, como a devolução de fármacos expirados ou não consumidos às farmácias, sobretudo quando não têm uma elevada identidade ambiental. Nesta comunicação serão apresentados e discutidos dados relativos à perceção de riscos de fármacos no ambiente em Portugal, Espanha e França.

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Sílvia Luís é investigadora no CIS-IUL, docente convidada na Universidade do Algarve, e presidente do capítulo Ibérico da Society for Risk Analysis-Europe.  Os seus interesses de investigação prendem-se com a forma como variáveis psicossociais (ex. perceção de risco, normas sociais, identidade) moldam a interação pessoa-ambiente, bem como nas implicações desta interação para as pessoas (resiliência e capacidade de adaptação às alterações ambientais e contextuais) e para o ambiente (comportamento e práticas ambientais e implementação de políticas públicas). Tem colaborado em projetos interdisciplinares nas áreas de saúde, farmácia, nanotecnologias, segurança alimentar, recursos hídricos, gestão costeira, transportes e alterações climáticas.

Vulnerabilidade psicológica e resiliência face a eventos meteorológicos extremos

Rui Gaspar | Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Ciências Humanas, CRC-W

Novos desafios são colocados sobre a saúde das populações e sobre os sistemas de saúde, por fenómenos associados a alterações climáticas. Exemplo são eventos meteorológicos extremos, cada vez mais frequentes, de maior magnitude e duração. O estudo de sub-grupos da população, onde os efeitos adversos são amplificados por vulnerabilidades físicas, socio-económicas e psicológicas, é particularmente importante. Apesar dos conhecidos efeitos na saúde física, menos evidências existem sobre consequências psicológicas. Alguma investigação mostra por exemplo que os idosos experienciam elevado stress durante eventos meteorológicos extremos (Coyle & Van Susteren, 2012) mas pouco se sabe sobre que recursos (pessoais; sociais) usam para enfrentar exigências físicas e psicológicas por eles percecionadas (Domingos, Gaspar, Marôco & Beja, 2017). O estudo a apresentar recolheu esta informação face a Eventos de Calor Extremo (ECEs), como evidência essencial para futuras comunicações/intervenções para promoção da resiliência face a eventos futuros (Domingos, Gaspar, Fonseca & Marôco, in press). 

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Doutorado em Psicologia, especialização em Psicologia Social pela Universidade de Lisboa e Master in Science (MSc) em Psychological Research Methods pela University of Plymouth (UK). Membro da direção da Society for Risk Analysis – Europe, membro do painel de "Comunicação de riscos” no Conselho Científico da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e membro fundador do Observatório Nacional para os Riscos Emergentes (ONRE). Professor Auxiliar Convidado e Investigador Principal na Universidade Católica Portuguesa. A sua investigação centra-se na perceção e comunicação de riscos emergentes, e uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) durante crises e eventos extremos.

PAINEL 1 - AVALIAÇÃO, PERCEPÇÃO E COMUNICAÇÃO DO RISCO

PAINEL 2 - NOVAS AMEAÇAS À SAÚDE GLOBAL? // 27 Junho | 14:30 - 16:00

Moderador: Manuel Bicho (Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa)

Aquecimento global e ressurgimento da malária:

perspetivas para Portugal

Miguel Prudêncio | Instituto de Medicina Molecular & Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa

O aquecimento global é hoje uma realidade inquestionável e cientificamente comprovada, com consequências potencialmente devastadoras para o nosso planeta. O aparecimento de doenças tropicais, como a malária, em regiões de onde foram outrora eliminadas é frequentemente apontado como uma dessas possíveis consequências. O último caso de transmissão de malária em Portugal data de 1959, mas não raramente é alvitrada a possibilidade do ressurgimento desta doença num futuro relativamente próximo. Nesta palestra, procurarei apresentar a evidência disponível sobre esta questão para fundamentar a minha opinião sobre a probabilidade do ressurgimento da malária em Portugal.

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Miguel Prudêncio licenciou-se em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tendo obtido o seu Doutoramento pela Universidade de East Anglia (Reino Unido) em 2000, e realizado um pós-doutoramento na Universidade de Leiden (Holanda) entre 2000 e 2004. Nesse ano iniciou o seu percurso de investigação na área da malária, na qual presentemente exerce a sua pesquisa. Atualmente é Investigador Principal do Instituto de Medicina Molecular, onde se dedica ao estudo da infeção pelo parasita da malária e ao desenvolvimento de estratégias destinadas a combater esta doença, e Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. É autor de mais de 90 artigos científicos e inventor de diversas patentes, tendo conquistado vários prémios nas áreas da ciência e da inovação.

Alterações climáticas e plâncton:

estarão os efeitos resumidos apenas às microalgas tóxicas?

Antonina dos Santos | Instituto Português do Mar e da Atmosfera

Nos ecossistemas marinhos, o zooplâncton é um elemento de ligação muito importante entre os produtores primários (fitoplâncton) e os peixes. Os organismos gelatinosos (e.g. medusas) são também componentes do zooplâncton. Na sua maioria, tendo condições ambientais favoráveis, o plâncton é capaz de se reproduzir muito rapidamente, provocando os chamados blooms, que são aumentos consideráveis de uma determinada espécie, numa determinada área. Com as alterações climáticas, podem criar-se condições favoráveis para o aumento do número de blooms e da intensidade destes, o que causa um desequilíbrio nos ecossistemas, que poderão ter consequências desconhecidas nas teias tróficas marinhas. 

Por outro lado, algumas espécies planctónicas produzem toxinas e venenos que, em grande quantidade e frequência, irão também aumentar os problemas de saúde de quem utiliza as áreas balneares e se alimenta de espécies marinhas. O aumento de temperatura e da acidificação dos Oceanos são, em geral, considerados como os principais responsáveis pelo aumento destes fenómenos, mas também se torna necessário ter em atenção os efeitos combinados de todos os fatores, incluindo os blooms de microalgas tóxicas no zooplâncton e os possíveis efeitos para a saúde dos ecossistemas.

Neste sentido, apresenta-se um panorama sobre todas as possíveis causas de alteração das teias alimentares marinhas, tendo em conta as alterações, a todos os níveis, do zooplâncton.

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Antonina dos Santos é investigadora no Instituto Português do Mar e Atmosfera na área da Oceanografia biológica. A sua principal área de trabalho tem sido o estudo da ecologia do zooplâncton em geral e recrutamento de larvas de invertebrados marinhos e organismos gelatinosos em particular, especialmente problemas relacionados com a dispersão e variabilidade do recrutamento. Publicou mais de 60 artigos científicos em revistas internacionais, com sistema de arbitragem na sua área de especialidade e, foi cientista-chefe em mais de 15 campanhas oceanográficas multidisciplinares ao largo da costa portuguesa. É editora de uma publicação internacional dedicada ao Plâncton.

Impacto das alterações ambientais na emergência e re-emergência

das doenças infecciosas

Francisco Antunes | Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

O aquecimento global e as modificações nos padrões climatéricos podem ter impacto considerável no ciclo hidrológico (chuva intensa, inundações, tufões, ondas de calor, secas e escassez de água doce) e na biosfera vulnerável (deflorestação, desertificação e descoloração do coral). No século 20, a temperatura média global aumentou 0,74ºC, desde 1961, o nível global do mar tem subido 1,8 mm ao ano e o gelo do mar Ártico tem encolhido 2,7% por década. Para o século 21 prevê-se aumento global da temperatura de 1,5 a 5,8ºC, acompanhado pelo acréscimo de fenómenos climáticos extremos e anómalos, principalmente ondas de calor, inundações e secas.

Estas mudanças climáticas podem afectar a saúde humana, em especial no que diz respeito às doenças infecciosas. Três componentes são essenciais para a maioria das doenças infeccioas – o agente (microrganismo), o hospedeiro ou o vector e o ambiente de transmissão. Alguns agentes infecciosos são transportados por vectores ou necessitam de hospedeiros intermediários para completarem o ciclo de vida. Condições apropriadas climáticas são necessárias para a sobrevivência, reprodução, distribuição e transmissão dos agentes patogénicos, dos vectores e dos hospedeiros intermediários. Do ponto de vista geral, as condições climáticas condicionam as distribuições geográficas e sazonais das doenças infecciosas, afectando o calendário e a intensidade dos surtos de doenças.

O aquecimento e a instabilidade do clima têm desempenhado um papel cada vez mais importante na emergência, re-emergência e redistribuição das doenças infecciosas. Porém, é demasiado simplista atribuir o risco de epidemias devastadoras, apenas, ao aquecimento global, não tendo, também, em conta que as variações das práticas em saúde pública e os estilos de vida possam ter impacto essencial nas alterações da biologia das doenças infecciosas.

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Especialista em Doenças Infecciosas e Medicina Tropical. Foi Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (2004-2013), Professor Catedrático Convidado do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (2001-2006) e Director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de Santa Maria (1993-2013). Actualmente (2013 - ) é Coordenador no Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, na área das Doenças Infecciosas e é responsável pela cooperação com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

PAINEL 2 - NOVAS AMEAÇAS À SAÚDE GLOBAL?

PAINEL 3 - AMBIENTES SOCIAIS E DEMOGRAFIA // 27 Junho | 16:30 - 18:00

Moderadora: Margarida Gaspar de Matos (ISAMB & Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa)

Conforto bioclimático e saúde humana:

reflexões sobre as condições atuais e os impactos futuros

João Vasconcelos | Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Lisboa

O frio tem um impacto negativo muito significativo na saúde humana em Portugal, sendo responsável por um agravamento da mortalidade mais elevado do que os episódios de calor. As projeções climáticas indicam uma diminuição acentuada do desconforto bioclimático por frio, assim como uma anomalia negativa dos eventos extremos de frio na Área Metropolitana de Lisboa até ao final o século.

As ondas de frio (como as de calor) são identificadas em função de um limiar térmico, geralmente definido por um percentil da série temporal. É esperado que com o aumento da temperatura os atuais limiares tenham de ser adaptados para o período de referência futuro (consensualmente mais quente que o atual). Isto significa que se assistirá com muita probabilidade a uma redução da frequência de episódios extremos de frio tendo por base o clima atual, mas não necessariamente a uma redução absoluta de número de eventos extremos no clima futuro. Deste modo, crê-se que o impacto de eventos extremos de frio na saúde no futuro persistirá e será tanto maior, quanto maior for o agravamento da sua intensidade (e não necessariamente frequência).

Importa assim refletir sobre a alteração futura das características dos eventos extremos de frio e do conforto bioclimático de modo a que o impacto do frio não venha a ser, eventualmente, subavaliado.

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João Vasconcelos é licenciado em geografia com um mestrado em ordenamento do território e planeamento ambiental. Doutorou-se em Ambiente pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Investigador do Centro de estudos Geográficos do Instituto Politécnico de Leiria, desempenha funções de Professor Adjunto da Escola de Turismo e Tecnologia do Mar – Instituto Politécnico de Leiria. Mais recentemente tem vindo a colaborar enquanto consultor para o setor da saúde humana em diversos Planos Intermunicipais de Adaptação às Alterações Climáticas.

Ambientes digitais: 

quando os ecrãs alargam horizontes e se associam à saúde humana

Osvaldo Santos | Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

O desenvolvimento da espécie humana tem sido acompanhado pela colonização de diversos habitats. A nossa capacidade de adaptação tem sido aliada à nossa competência para alterarmos ambientes: adaptámos às nossas necessidades ambientes aquáticos, ambientes desertificados, ambientes vulcânicos, até mesmo ambientes fora da terra. Em meados de 1980 surge a internet e, com elas, são criados os ambientes digitais de utilização global, que se associam aos ambientes tradicionalmente considerados como relevantes para a saúde humana: físicos, químicos e biológicos. Na realidade, os ambientes digitais competem cada vez mais com os ambientes físicos, em termos de tempo de exposição, em termos de influência comportamental, em termos da maneira como a espécie humana toma decisões, com maior ou menor importância. Os ambientes digitais não só ampliam as possibilidades de ação humana como também facilitam a comunicação (aproximando e “normalizando” culturas). Por outro lado, isolam indivíduos e dificultam aprendizagens interpessoais. Nesta comunicação serão abordados potenciais patogénicos e salutogénicos da utilização de ambientes digitais. Será apresentada evidência sobre o impacto de exposição ao ecrã em termos físicos e psicológicos, bem como sobre a utilização de videojogos e ambientes virtuais para promover saúde e para aumentar a capacidade terapêutica. Constitui também uma oportunidade de reflexão sobre os elementos tóxicos dos ambientes digitais e sobre mecanismos de ação patogénica dos mesmos. Por outro lado, serão apresentadas linhas de investigação e de promoção de saúde sustentadas nas interações entre o homem e o digital.

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Osvaldo Santos é assistente convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). É coordenador do EnviHeB Lab, do Instituto de Saúde Ambiental da FMUL, e colabora com o instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública da FMUL em atividades científicas e de docência. É editor-chefe da revista científica da Ordem dos Psicólogos Portugueses, o The Psychologist: Practice & Research Journal. É psicólogo, psicoterapeuta e especialista em psicologia clínica e da saúde. Exerce a sua atividade clínica no Hospital Monsanto e no Hospital da Cruz Vermelha. Os seus interesses de investigação prendem-se com determinantes ambientais e sua interação com variáveis cognitivas e de autorregulação inerentes à construção de hábitos saudáveis, nomeadamente em contexto de ajustamento à doença crónica. Tem colaborado em projetos interdisciplinares em diversas áreas da saúde física e mental.

Sobrepopulação no mundo e sustentabilidade demográfica.

Que desafios para as próximas gerações?

Ana Alexandre Fernandes | Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa

O enorme crescimento da população mundial ao longo das últimas décadas (7,6 mil milhões de pessoas), foi acompanhado de alterações societais ao nível de todas as regiões do globo, fenómeno que é designado por globalização. Estaremos a atingir o limiar da insustentabilidade como preconizavam teorias malthusianas dos anos 60 e 70? Que limites populacionais pode  a terra suportar? O aumento da densidade populacional poderá conduzir à intensificação de conflitos, guerras? Nesta apresentação percorremos um itinerário que parte da avaliação do crescimento global da população e prossegue com a identificação das diferenças temporais e espaciais utilizando indicadores demográficos. Procuramos evidenciar as tendências que estruturam a evolução das populações sobre a terra e resultam de factores políticos, sociais, das condições de vida das populações, do desenvolvimento económico e tecnológico. A generalização dos estilos de vida das classes médias e altas dos países ricos e dos seus padrões de consumo constitui o maior desafio. Agora é a extensão do número de consumidores tendo em conta os tipos de consumo que põe em risco o planeta.

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Ana Alexandre Fernandes é Professora Catedrática no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Ulisboa. Coordena as cadeiras de demografia e os cursos de Mestrado em Gerontologia Social e Mestrado em Sociedade, Risco e Saúde. Tem coordenado e participado em projectos nacionais e internacionais. Tem publicações internacionais como Health and Migration in the European Union: Better Health for all in an inclusive society (2009), capítulos de livros como “Developping an approach for research and policies on migration, health and ageing” (2012). Ao nível nacional, os livros “Velhice e sociedade” (1997), “Questões demográficas” (2008) e “A (Re)forma das Reformas” (em co-autoria) (2016).

PAINEL 3 - AMBIENTES SOCIAIS E DEMOGRAFIA // 27 Junho | 16:30 - 18:00

PAINEL 4 - AS CIDADES E A SAÚDE DAS PESSOAS // 28 Junho 2019 | 09:30 - 11:00

Moderador: Francisco Antunes (Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa)

O governo da cidade e a governança para a saúde

Ângela Freitas | Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território, Universidade de Coimbra

A promoção da saúde é indissociável do desenvolvimento urbano sustentável, sendo um tema central na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e na nova Agenda Urbana para o Século XXI da ONU. Os desafios societais que se colocam à saúde pública e à criação de uma cidade mais inclusiva e saudável, como sejam o crescente envelhecimento da população, as migrações, a adaptação às alterações climáticas, a “crise da habitação” e gentrificação, a mobilidade urbana sustentável, a segurança alimentar, a pobreza e a exclusão social, etc., apelam cada vez mais a ações conjuntas que integrem as dimensões territorial e de governança (articulação intersectorial e institucional).

Os municípios, desempenham um papel de charneira, não só através da ação enquadrada pelas suas competências e atribuições tradicionais, atuando nos determinantes sociais e ambientais da saúde (e.g. qualidade do ar, ação social, habitação, oferta e acessibilidade a transportes, espaços verdes, serviços e equipamentos, mobilidade e planeamento urbano), mas sobretudo pela capacidade de desenvolver ações intersectoriais com outros atores locais, como associações, instituições sociais, empresas, e envolvendo a comunidade.

Esta apresentação irá explorar o papel do governo da cidade na promoção da saúde e a importância de incluir a ‘saúde em todas as políticas’ públicas locais. Partindo de uma avaliação integrada, de base territorial e participativa desenvolvida na cidade de Lisboa, serão abordados os determinantes sociais, económicos e ambientais das desigualdades em saúde e as políticas e intervenções com potencial de promover a saúde urbana através da ação sobre esses determinantes.

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Geógrafa. Investigadora no CEGOT-UC, onde desenvolve o seu projeto de doutoramento em geografia da saúde, no qual investiga a saúde urbana, do ponto de vista da equidade espacial e políticas públicas locais, com o apoio de uma bolsa de doutoramento da FCT. Desde 2012, integra o grupo de investigação em geografia da saúde, coordenado pela Professora Paula Santana, onde tem realizado investigação em projetos nacionais e internacionais na área das desigualdades geográficas em saúde. Recentemente, foi Investigadora Visitante no Institute of Urban & Regional Development, na Universidade de Berkeley, Califórnia, onde desenvolveu investigação em equidade em saúde urbana e estratégias locais de saúde em todas as políticas.

Planeamento da adaptação local às alterações climáticas em Portugal e a saúde humana

Sérgio Barroso | Centro de Estudos e Desenvolvimento Rural e Urbano

As alterações climáticas projetadas para Portugal até ao final deste século apontam para um aumento da temperatura média do ar, para uma maior ocorrência e duração de ondas de calor, número de dias muito quentes e número de noites tropicais. Todos estes fenómenos poderão alterar o conforto bioclimático e, desse modo, provocar uma sobrecarga térmica acrescida na população, condicionando a saúde humana. 

Com o aumento da magnitude e intensidade de picos extremos de calor ou ondas de calor, é também expectável que se assista a uma maior morbilidade e/ou mortalidade por doenças associadas ao calor (desidratação, fadiga e golpes de calor). É igualmente expectável que estas atuem com maior severidade na população com menor capacidade de proteção, como os idosos, crianças ou turistas não aclimatizados.

Nos últimos anos, diversos municípios e Comunidades Intermunicipais/Áreas Metropolitanas em Portugal despertaram para os problemas e desafios das alterações climáticas, estando a dotar-se de estratégias ou planos de adaptação. Em linha com a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC), que identifica a Saúde Humana como um dos sectores chave de adaptação, estes planos estão a conferir grande importância à redução da vulnerabilidade climática no sector da saúde.

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Geógrafo e Urbanista, Mestre em Planeamento Regional e Urbano, Diretor do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU), desde 2001, e especialista nas áreas do ordenamento do território, planeamento urbano e estratégico e avaliação de programas e políticas públicas. Nos últimos anos tem desenvolvido intensa atividade no planeamento da adaptação às alterações climáticas, destacando-se a coordenação dos planos da Área Metropolitana de Lisboa, do Alentejo Central e de Viseu Dão Lafões e dos municípios de Leiria, Loulé e Ílhavo. Coordenou ainda os estudos para a criação da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas.

Impacto da ocorrência de períodos de calor:

desafios da predição, mitigação e medição

Paulo Nogueira | Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

Portugal tem estado e está na vanguarda da predição, monitorização e medição dos impactos das ondas de calor e, mesmo, de ocorrências de calor menos drásticas. Porém, as ações de mitigação, da intervenção direta em momentos de calor tem resistido a ser visível e mensurável.

As alterações nos ambientes sociais e climáticos em concomitância com a transição demográfica que envolvem o contexto da saúde humana em Portugal, na Europa e no mundo em geral, abrem novas perspetivas; umas potencialmente nefastas e outras de potenciais oportunidades que devem ser acauteladas, discutidas e assimiladas.

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A antevisão de aumento das temperaturas médias do ar e do aumento da frequência da ocorrência dos períodos de calor podem não constituir más notícias para a capacidade de prever, combater e medir os efeitos do calor. Os desafios maiores colocam-se em saber se as alterações serão abruptas, se a variabilidade dos fenómenos climatológicos aumentará substancialmente, se existirá capacidade em cada ponto geográfico para adaptação da população e estarmos preparados para a estrutura demográfica e social aquando dos próximos eventos extremos que será inevitavelmente diferente do que vimos no passado.

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Investigador Auxiliar da Faculdade de Medicina de Lisboa. Doutorado em Saúde Internacional, Mestre e Licenciado em Probabilidades e Estatística. De 2010 a 2018 trabalhou na Direção Geral da Saúde onde exerceu os cargos de Chefe de Divisão das Estatísticas da Saúde (2010-2012) e de Diretor de Serviços de Informação e Análise (2012-2018). De 1994 a 2010 exerceu a sua profissão no INSA, onde participou e foi responsável por vários projetos, entre outros destaca-se aqui o Projeto ÍCARO. Tem mais de 25 anos de experiência de aplicação da estatística na área da saúde e de ensino da matemática e estatística.

PAINEL 4 - AS CIDADES E A SAÚDE DAS PESSOAS // 28 Junho 2019 | 09:30 - 11:00

PAINEL 5 - MORBILIDADES ASSOCIADAS ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // 28 Junho | 11:30 - 13:00

Moderadora: Andreia Jorge Silva (ISAMB & Escola Superior de Enfermagem de Lisboa)

O impacto das alterações climáticas na fertilidade

Paulo Navarro-Costa | Instituto Gulbenkian de Ciências & ISAMB

Dados recentes sugerem que mais de 50 milhões de casais no mundo inteiro têm problemas de fertilidade. Só na Europa nascem por ano mais de 150 mil bebés com recurso a reprodução medicamente assistida, um número que tem vindo a crescer a ritmo considerável. A capacidade de nos reproduzirmos está dependente de uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e sociais. Neste seminário irei abordar como a ciência nos tem permitido compreender os mecanismos que regulam a fertilidade humana, e até que ponto estes mecanismos poderão ser afetados pelas alterações climáticas que se registam no nosso planeta.

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Paulo Navarro-Costa é cientista na área da Biologia Molecular da Infertilidade. Investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina de Lisboa. Professor Visitante da Faculdade de Medicina de Lisboa, onde se Doutorou em Ciências Biomédicas. Assessor da European Molecular Genetics Quality Network e membro do Editorial Board do Journal of Assisted Reproduction and Genetics. Desempenhou funções de Embriologista Clínico no Centro Médico de Assistência à Reprodução (CEMEARE, Lisboa). Publicou mais de uma dezena de artigos em revistas especializadas. Autor correspondente em 7 artigos e citado mais de 200 vezes. Recebeu 10 prémios e/ou distinções.

Risco de complicação no processo de luto

António Barbosa | Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa

A crescente ocorrência de fenómenos climáticos extremos, pelo seu efeito devastador no plano socioeconómico, mas também psicofísico, tem vindo a alertar os profissionais de saúde mental para a necessidade de um planeamento ao nível das respostas de prevenção e de mitigação das consequências. Uma catástrofe determina habitualmente, na vítima, um longo processo que vai do trauma inicial e que se prolonga no tempo através de reminiscências e desencadeantes que são duradoiros e, por vezes, promovem disfunções mentais graves.

A investigação sobre o trauma e o processo de luto, bem como as diferentes modalidades de intervenção e de prevenção da complicação do luto, tem-se intensificado e aprofundado nos últimos anos em vários continentes, e os seus resultados vão encontrando eco junto das autoridades sanitárias, dos profissionais de saúde e da população em geral.

Neste sentido, o Núcleo Académico de Estudos e Intervenção sobre Luto/Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) tem desenvolvido actividade pioneira em Portugal na investigação e na formação de profissionais e de voluntários, em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Estudo e Intervenção no Luto e com apoio precioso de muitos colegas internacionais que foi possível convocar para a 11th International Conference on Grief and Bereavement in Contemporary Society que se realizou na FMUL em Lisboa, em Julho de 2017.

Foi, aliás, nesse contexto possível sensibilizar o nosso Ministério da Saúde para a problemática e a verdade é que, para além do normativo de Abril de 2018 sobre o Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro, decorrente dos fogos de 2017, acaba de ser publicada uma norma nacional sobre a intervenção diferenciada no luto prolongado que cria um enquadramento oficial para o desenvolvimento desta área no Serviço Nacional de Saúde.

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Professor Catedrático de Psiquiatria, Diretor da Clínica Universitária de Psiquiatria e Psicologia Médica e do Centro de Bioética/Núcleo de Cuidados Paliativos/Núcleo Académico de Estudos e Intervenção sobre Luto. Coordenador dos Mestrados em Cuidados Paliativos e de Psicopatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Coordenador do Núcleo de Psiquiatria de Ligação do Serviço de Psiquiatria do CHULN, EPE. Ex-Presidente do International College of Psychosomatic Medicine. Presidente das Sociedades Portuguesas de Psico-oncologia e de Estudo e Intervenção no Luto. Coordenador da Comissão de Acompanhamento da Implementação do Modelo de Intervenção Diferenciada no Luto Prolongado da Direção-Geral de Saúde.

Alterações climáticas e impacto na saúde respiratória:

desafios do presente, ações para o futuro

Cátia Caneiras | Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa; Dep. Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa; Divisão Médica da Nippon Gases Healthcare

As alterações climáticas (AC) afetam o ambiente e a população humana de múltiplas formas, produzindo impactos directos e indirectos para a Saúde Pública. A Organização Mundial da Saúde prevê que, até 2040, a mortalidade associada a AC seja crescente, estimando um valor de 250 mil vítimas por ano, a nível mundial.

O aquecimento global do planeta, bem como a ocorrência de eventos climatéricos extremos, promovem o aumento da predisposição das populações para o desenvolvimento de doenças respiratórias, principalmente em crianças, idosos e indivíduos com doença crónica. 

O aumento dos períodos de calor sustentado (ondas de calor) promove a elevação da incidência de alergias (rinite alérgica), asma e infeções respiratórias, estando estas associadas ao aumento da concentração de poluentes e alergénios atmosféricos, assim como à antecipação das fases polínicas. Por outro lado, a exposição às baixas temperaturas promove um aumento do risco de infeções respiratórias, estando a mortalidade particularmente relacionada com a infeção por vírus Influenza.

Os fatores ambientais, como alterações de temperatura, radiação solar, pressão atmosférica e humidade, bem como o aumento das concentrações atmosféricas de poluentes, parecem também influenciar a ocorrência de exacerbações da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). 

Desta forma, é imperativo reconhecer e aprofundar o conhecimento do impacto que as alterações climáticas têm sobre a Saúde Pública em geral e, em particular, na Saúde Respiratória. Apenas com esta sensibilização será possível desenvolver e implementar estratégias que visem diminuir a vulnerabilidade das populações através da implementação de medidas de prevenção e adaptação para reduzir as consequências das Alterações Climáticas na Saúde Respiratória.

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Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (2007) pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), Mestrado em Microbiologia Clínica (2009) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e um Doutoramento em Ciências e Tecnologias da Saúde, especialidade Microbiologia (2019), pela mesma faculdade (FMUL). Tem mais de 10 anos de experiência na área da Resistência aos Antimicrobianos, em especial na epidemiologia de infecções associadas aos cuidados de saúde por bactérias Gram-negativo. É, desde Janeiro de 2019, representante da Comissão de Infeciologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (2019-2021). É membro do Grupo de Trabalho de Gases Medicinais da Associação Portuguesa de Empresas Químicas (APEQ) desde 2013 e membro da Direção da Associação Portuguesa de Cuidados de Saúde ao Domicílio (APCSD) desde 2016. Actualmente, é Investigadora Convidada do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da FMUL, Investigadora Sénior do Dep. de Microbiologia e Imunologia da FFUL e Directora Neg. Healthcare e Diretora Científica da Nippon Gases Portugal.

PAINEL 5 - MORBILIDADES ASSOCIADAS ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS // 28 Junho | 11:30 - 13:00

PAINEL 6 - NECESSIDADES EMERGENTES // 28 Junho 2019 | 09:30 - 11:00

Moderador: Manuel Bicho (Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa)

O Plano Nacional de Saúde no contexto das Alterações Climáticas.

Que desafios? Que estratégias?

Maria de Fátima Quitério | Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

De acordo com a Comissão Europeia (Ação Climática) as alterações climáticas afetam todas as regiões do mundo. Em algumas regiões, os fenómenos meteorológicos extremos estão a tornar-se cada vez mais comuns e a pluviosidade está a aumentar, enquanto, noutras, as vagas de calor e as secas estão a agravar-se. De acordo com as previsões, estes impactos irão intensificar-se nas próximas décadas. 

A região mediterrânea está a tornar-se mais árida e, portanto, mais vulnerável a secas e incêndios florestais. As zonas urbanas, onde, atualmente, vivem quatro em cada cinco europeus, estão expostas a vagas de calor, a inundações e à subida dos níveis do mar, mas encontram-se frequentemente mal preparadas para se adaptarem às alterações climáticas

As alterações climáticas já estão a ter um impacto na saúde:

  • Registou-se um aumento do número de mortes relacionadas com o calor em algumas regiões e uma diminuição do número de mortes relacionadas com o frio noutras.

  • São já visíveis alterações na distribuição de algumas doenças e vetores de doenças transmitidos pela água.(https://ec.europa.eu/clima/change/consequences_pt)

Portugal não é imune a estes fenómenos, cujo impacto na saúde tem vindo a ser estudado em fora nacionais e internacionais. Nesta comunicação pretende abordar-se:

  • A perspetiva dos Planos Nacionais e Estratégias de Saúde sobre o papel e a importância das alterações do ambiente

  • Os desafios epidemiológicos que se colocam hoje, neste âmbito na nossa sociedade

  • Que respostas os Planos e Estratégias de Saúde deverão no futuro consignar a estes desafios.

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Fátima Quitério, Assistente Graduada de Saúde Pública, exerceu funções como clínica geral entre 1985 e 1989 e na carreira médica de saúde pública desde 1997. Desempenhou funções no Departamento de Recursos Humanos da Saúde (1989-1995) e no Departamento de Estudos e Planeamento da Saúde (1995-1997). Foi Médica de Saúde Pública e Autoridade de Saúde nos concelhos de Setúbal, Loures e Lisboa, tendo integrado o Conselho Clínico do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) de Lisboa Oriental entre 2009 e 2013, e posteriormente exercido funções no ACeS de Lisboa Central da Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. 

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Carlos Neves Martins | Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte 

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Contexto e saúde: uma perspetiva económica

Julian Perelman | Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa

Num contexto de orçamentos públicos muito limitados, importa refletir sobre quais intervenções em saúde devem ser financiadas pelo Estado, de forma a otimizar a alocação de recursos. Em particular, é necessário identificar as políticas de saúde pública mais custo-efetivas, com o duplo objetivo de diminuir a carga da doença e reduzir as desigualdades socioeconómicas em saúde. Neste âmbito, a questão do contexto é crucial, pelo facto das desigualdades em saúde resultarem principalmente do contexto no qual as pessoas são educadas, vivem e trabalham. Irei discutir os principais determinantes sociais em saúde, com um foco específico no contexto, as principais intervenções para alterar estes determinantes, e os critérios económicos para estabelecer prioridades.

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Julian Perelman é atualmente coordenador da Estrutura de Missão para a Sustentabilidade do Programa Orçamental da Saúde, vice-presidente da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde, e professor da Escola Nacional de Saúde Pública (Universidade NOVA de Lisboa). Doutorado em Economia pela Université catholique de Louvain, é autor de mais de 50 publicações em revistas científicas indexadas, principalmente nos temas da desigualdade em saúde, do financiamento da saúde e dos prestadores de cuidados, e da avaliação económica em saúde.

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